A rizartrose é a artrose da base do dedo polegar, que tecnicamente chamamos de articulação trapézio – metacarpiana (carpo-metacarpal).
As articulações são as junções dos ossos onde são recobertos por uma cartilagem que permite um deslizamento com pouco atrito entre eles.
Então, a artrose é um processo degenerativo nestas articulações dificultando esse deslizamento e podendo levar a um processo inflamatório com dor, inchaço limitação dos movimentos e piora do desgaste.
Essa é uma doença muito comum que acomete mais as mulheres, principalmente, após os 40 anos.
Para se ter uma ideia, um levantamento do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos mostrou que 40% da população mundial tem ou terá artrose nos dedos ou punho.
Quais as causas da rizartrose?
A rizartrose não tem uma causa definida. No entanto, a articulação da base do polegar é uma articulação de grande amplitude que realiza muitos movimentos e isto faz com que ela seja um pouco instável e sofra sobrecarga mecânica.
Existem alguns fatores que aumentam a chance dela ocorrer e pioram os sintomas, como a ocorrência de uma fratura prévia, hipermobilidade articular, esforço repetitivo, atividades com alta demanda, histórico familiar, obesidade e doenças inflamatórias, como por exemplo, a artrite reumatóide.
Nesta figura podemos observar que a força da pinça (entre o polegar e o dedo indicador) de 1 quilograma é transmitida para a articulação metacarpo-falangeana multiplicada por 6,61 e chega a 13,42 quilos na articulação carpometacarpal (trapézio-1 metacarpo).
Além disso, podemos ver a ação de 8 músculos diferentes que são envolvidos na estabilidade e mobilidade do polegar.
Dessa maneira, fica claro o porquê esta articulação é tão sobrecarregada, uma vez que usamos este movimento de pinça para trabalhos manuais, pegar objetos pequenos, usar o telefone celular entre muitas outras atividades do dia a dia.
Quais são os sintomas da doença?
Os principais sintomas da rizartrose são a dor, edema na região da base do polegar, falta de força para realizar a pinça (por exemplo, abrir garrafas, pegar e manusear objetos) e diminuição dos movimentos do polegar.
Além disso, nos casos mais graves o paciente pode ter também deformidade na região.
Os sintomas inicialmente podem ser desencadeados ao realizar esforços ou ao acordar. Com a progressão da doença, os incômodos permanecerem durante o dia inteiro e dificultam atividades simples do dia a dia.
Como é feito o diagnóstico e tratamento da rizartrose?
Geralmente, fazemos o diagnóstico da rizartrose com uma boa análise da história do paciente e exame físico. Além disso, exames de imagens podem nos auxiliar a graduar a lesão.
O tratamento da doença é individualizado e depende da gravidade da lesão, dos sintomas e o quanto isso interfere no dia a dia da pessoa.
Nosso maior objetivo com o tratamento é o alivio da dor e a melhora na qualidade de vida dos pacientes.
No geral, podemos adotar uma certa de medidas, por exemplo:
- Mudanças de hábitos;
- Uso de anti-inflamatórios ou analgésicos;
- Fisioterapia;
- Imobilizações;
- Infiltrações com corticosteroides;
Além disso, as infiltrações com ácido hialurônico estão em estudo com resultados promissores.
Como a artrose é uma doença progressiva e que não tem cura, em algumas condições há indicação cirúrgica.
O dia a dia de quem tem a rizartrose pode ser bastante incômodo e algumas medidas podem ajudar:
- Sempre que possível, substituir processos manuais na cozinha de casa pelo uso de equipamentos, por exemplo, espremedores, abridores de lata, saca-rolhas e lava louças;
- Utilizar utensílios com o cabo mais largos, pois isso facilita o manuseio e diminui a sobrecarga na base do polegar;
- Evitar gestos com a pinça, por exemplo, tentar pegar o prato por baixo com a palma e não com o polegar;
- Evitar carregar peso com as mãos e se valer de carrinhos sempre que possível;
- Não forçar o polegar, por exemplo, não carregar sacolas e bolsas somente com esse dedo, usar toda estrutura da mão;
- Fazer exercícios diários de alongamento e fortalecimento muscular;
- Fazer compressas quentes pela manhã para melhorar a rigidez e frias nos períodos inflamatórios;
- Utilizar órteses imobilizadoras, sob recomendação médica.
Como vimos, a rizartrose é uma doença que pode afetar significativamente o dia a dia do paciente.
Apesar de não ter cura, existem diversos tratamentos que podem melhor seus sintomas e, assim, devolver a qualidade de vida.
Não deixe de procurar uma ortopedista especialista caso sinta incômodos nas suas mãos!