A Doença de Kienbock é uma patologia que acomete o punho, causando a osteonecrose de um dos ossos do carpo chamado semilunar.

Isso quer dizer que, por algum motivo ainda não certo, há a falta de suprimento sanguíneo no osso semilunar e ele perde sua consistência.

Dessa forma, acaba fraturando e desabando, levando a alterações no conjunto dos demais ossos do punho (ossos do carpo).

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Esta patologia costuma ocorrer mais comumente em homens jovens de 20 a 40 anos e é uma doença multifatorial, ou seja, não tem uma causa única.

O que causa a Doença de Kienbock?

A origem e história natural da Doença de Kienbock permanecem incertas.

Em linhas gerais, esta patologia pode estar associada a variações anatômicas do punho, por exemplo, quando o osso ulna é menor que o osso do rádio no punho (ulna minus) ou quando o paciente tem uma menor inclinação do rádio.

Além disso, pode estar relacionada a doenças, como esclerodermia, anemia falciforme, lúpus eritematoso sistêmico ou uso de corticosteróides.

Ademais, pode ocorrer em pacientes que sofreram traumas, lesões na circulação local, entorses com lesões ligamentares e algumas alterações anatômicas do punho.

Quais sintomas da Doença de Kienbock?

Esta patologia causa dor no punho que evolui para limitação dos movimentos (inicialmente da extensão do punho).

Os incômodos tendem a piorar quando o paciente movimenta o pulso e melhorar com o repouso.

Além disso, poderá ocorrer também a perda da força de preensão da mão acompanhada do inchaço (edema) no punho. 

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico inicial da Doença de Kienbock é feito após avaliação da história clínica do paciente e exame físico.

Inicialmente, podemos não perceber alterações na radiografia e, dessa maneira, é importante confirmar a patologia com a execução da ressonância nuclear magnética.

A radiografia vai ser útil em casos nos quais a doença já se encontra mais evoluída.

Como é o tratamento da Doença de Kienbock?

O tratamento desta patologia é muito individualizado e leva em consideração o estágio da doença e as alterações anatômicas do paciente.

Em casos iniciais, podemos realizar a imobilização e uso de anti-inflamatórios.

Para casos mais avançados, é necessário adotar uma abordagem cirúrgica específica.

Entre as cirurgias que podemos realizar estão:

  • Encurtamento do osso do rádio;
  • Enxerto vascularizado, ou seja, levamos um osso com vascularização e o colocamos no meio do osso semilunar;
  • Carpectomia, que consiste na retirada da fileira proximal do carpo;
  • Artrodeses do punho (união dos ossos).

No entanto, mesmo com o tratamento correto e bem indicado pode haver progressão da doença e limitação nas funções do punho.

Dessa maneira, o diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento.

Caso você esteja sentindo dores e outros incômodos no punho, saiba que isso não é normal.

Não deixe de procurar um médico especialista para fazer o devido diagnóstico e iniciar o tratamento o mais rápido possível!

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Dra Marina Justi Pisani

Formada pela Faculdade de Medicina do ABC e especializada em cirurgia de mão pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da USP.

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